sábado, 5 de maio de 2012

Namoros II

À  Liz

É pena que o tempo passe
Assim tão subitamente
Pois gostava que parasse
Sem poder andar p´ra frente


Ele está a chegar ao fim
Mas traz com ele a saudade
De alguém que , para mim,
Representa  a amizade


Eu, por ti, vou suportar
Aquela dor que é causada
Por já não estares  junto a mim
E eu não poder fazer nada


Talvez possa acontecer
Que o destino nos una
P´ra preencher a lacuna
Que entre nós vai nascer


Tu és um ser feminino
Que me levas a pensar 
Se és obra do destino
Ou o diabo a tentar


Eu já sei que vou sofrer
Quando a partida chegar
Pois não gosto de perder
A quem  já estou a gostar


E agora p´ra acabar
Eu apenas gostaria
Que antes de te deixar
Relembrasses este dia
Por ser o que vem findar
A minha enorme alegria
De poder contigo estar
Nem que seja só um dia

Namoros I


A uma colega que me marcou profundamente e por quem tive uma paixão digna desse nome. 
Versos escritos enquanto esperava ansiosamente por ela no terminal de camionetas da Mundial Turismo , em 19 FEV 1985:

Por pouco sobrevivi 
A esta mágoa causada
Por não ter ter junto a mim
E não poder fazer nada


Ainda fui à paragem
Para ver se te encontrava
Chovia bastante bem
Parecia que Deus a dava!
E eu à espera de alguém
Que já bastante tardava


Veio um e depois outro
Os veículos da viagem
Os passageiros desceram
E foram ver da bagagem


De todos os que apareceram
Nenhum tinha aquela imagem
e tristemente não eram
Por quem  eu ali esperava


Por fim já desanimado
Só me restava ir e embora
E lá fui eu consternado
Maldizendo aquela hora.

----//----


Não preciso que me digas
Se gostas de mim ou não
Mesmo que o faças  com figas
Os teus olhos me dirão


Quão difícil é saber
Duma escolha a melhor
Iremos sempre viver
Sem saber se foi pior


Gosto muito de mim, sim,
Mas também gosto daqueles
Que gostam muito de mim
Por eu também gostar deles


----//----
(13/ABR/1986)


Por um corpo de mulher
Uma amizade eu perdi
Hoje vivo a sofrer
Por escolher o que escolhi


Eu só esperava o momento
Daquele corpo disfrutar
Só que houve um contratempo
Pelo qual estou a pagar


Já só me resta a lembrança
Daquilo que eu queria
E esperar pela bonança
Desta nossa guerra fria


Para que fui eu fazer
Aquilo que menos queria
Assim só fiquei a perder
O que eu já possuía


Não sei como me enganei
Mas confesso que agora
Por saber o quanto errei
A minha angústia piora


Se um dia por acaso

Tu me souberes perdoar
Ao meu coração darei azo
Para sempre te amar


PS. O meu escape foi escrever
       E a prova aqui está
       Eu jamais te vou esquecer
       Mesmo que casasses já !


       E se achas que é mentira
       Tudo aquilo que escrevi
       Então talvez eu prefira
       Ficar a sofrer sem ti

"Amizades" do Liceu

A Mulher Morcego (15 Nov 1983)

Aquela baixa estatura
Que nela se pode ver
Não lhe tira formosura
Pois está tudo a condizer


Ela já tem vinte anos
Todos lhe chamam um figo
Mas quem lhe quiser causar danos
Terá de se haver comigo


A primeira vez que a vi
Eu fiquei desapontado
Agora que a conheci
Já me sinto deslumbrado


Quando vamos passear
Como quem passeia um filho
Só há piropos no ar
Pois é boa como o milho


Esta certa rapariga
Que agora eu conheço
É para mim muito amiga
E por isso não tem preço



À mulher Morcego e sua irmã

Vocês podem estar bem certas
Daquilo que aqui vos digo
Que, nas horas mais incertas,
As portas estão sempre abertas,
Podem pois contar comigo


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dia da Mãe

Em resposta a um repto que me fizeram e inspirado pela mais bela virtude de uma mulher - ser mãe - deixo aqui umas quadras em honra do ser que tempera a vida de um homem em toda a sua dimensão - A MULHER. Tal como uma casa precisa de um toque feminino também a vida de um homem precisa senão seria cinzenta:

Por muito que o homem queira
E se esforce por tentar
Não tem virtude parceira
Ao que uma mãe tem p'ra dar

Nem a própria Natureza
Com sua força brutal
É rival para a grandeza
do amor que é maternal

Mãe , amante e amiga
Confidente , companheira
é aquilo que nos liga
e perdura a vida inteira

É aquela que nos ama
E que nos dá descendência
E por quem o mundo chama
Desde que tem consciência

Podem ser feias ou belas
De qualquer credo ou raça
A verdade é que sem elas
O mundo é algo sem graça


São a doce tentação
Que nos consome o juízo
pois se até, por EVA, Adão
prescindiu do paraíso