Lisboa, 11 de Julho de 2012
Sempre foste obediente
Sem questionar a razão
Chegaste hoje aquela idade
Em que podes dizer NÃO
Ser adulto é muito mais
Do que poder questionar
É nunca agir sem pensar
Mas lutar p'los ideais
E neste acto solitário
Vais-te lembrar dos teus pais
E perceber quão difícil
É tomar a decisão
E vais ficar solidário
Com o que achavas que não
sexta-feira, 13 de julho de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
Namoros II
À Liz
É pena que o tempo passe
Assim tão subitamente
Pois gostava que parasse
Sem poder andar p´ra frente
Ele está a chegar ao fim
Mas traz com ele a saudade
De alguém que , para mim,
Representa a amizade
Eu, por ti, vou suportar
Aquela dor que é causada
Por já não estares junto a mim
E eu não poder fazer nada
Talvez possa acontecer
Que o destino nos una
P´ra preencher a lacuna
Que entre nós vai nascer
Tu és um ser feminino
Que me levas a pensar
Se és obra do destino
Ou o diabo a tentar
Eu já sei que vou sofrer
Quando a partida chegar
Pois não gosto de perder
A quem já estou a gostar
E agora p´ra acabar
Eu apenas gostaria
Que antes de te deixar
Relembrasses este dia
Por ser o que vem findar
A minha enorme alegria
De poder contigo estar
Nem que seja só um dia
É pena que o tempo passe
Assim tão subitamente
Pois gostava que parasse
Sem poder andar p´ra frente
Ele está a chegar ao fim
Mas traz com ele a saudade
De alguém que , para mim,
Representa a amizade
Eu, por ti, vou suportar
Aquela dor que é causada
Por já não estares junto a mim
E eu não poder fazer nada
Talvez possa acontecer
Que o destino nos una
P´ra preencher a lacuna
Que entre nós vai nascer
Tu és um ser feminino
Que me levas a pensar
Se és obra do destino
Ou o diabo a tentar
Eu já sei que vou sofrer
Quando a partida chegar
Pois não gosto de perder
A quem já estou a gostar
E agora p´ra acabar
Eu apenas gostaria
Que antes de te deixar
Relembrasses este dia
Por ser o que vem findar
A minha enorme alegria
De poder contigo estar
Nem que seja só um dia
Namoros I
A uma colega que me marcou profundamente e por quem tive uma paixão digna desse nome.
Versos escritos enquanto esperava ansiosamente por ela no terminal de camionetas da Mundial Turismo , em 19 FEV 1985:
Por pouco sobrevivi
A esta mágoa causada
Por não ter ter junto a mim
E não poder fazer nada
Ainda fui à paragem
Para ver se te encontrava
Chovia bastante bem
Parecia que Deus a dava!
E eu à espera de alguém
Que já bastante tardava
Veio um e depois outro
Os veículos da viagem
Os passageiros desceram
E foram ver da bagagem
De todos os que apareceram
Nenhum tinha aquela imagem
e tristemente não eram
Por quem eu ali esperava
Por fim já desanimado
Só me restava ir e embora
E lá fui eu consternado
Maldizendo aquela hora.
----//----
Não preciso que me digas
Se gostas de mim ou não
Mesmo que o faças com figas
Os teus olhos me dirão
Quão difícil é saber
Duma escolha a melhor
Iremos sempre viver
Sem saber se foi pior
Gosto muito de mim, sim,
Mas também gosto daqueles
Que gostam muito de mim
Por eu também gostar deles
----//----
(13/ABR/1986)
Por um corpo de mulher
Uma amizade eu perdi
Hoje vivo a sofrer
Por escolher o que escolhi
Eu só esperava o momento
Daquele corpo disfrutar
Só que houve um contratempo
Pelo qual estou a pagar
Já só me resta a lembrança
Daquilo que eu queria
E esperar pela bonança
Desta nossa guerra fria
Para que fui eu fazer
Aquilo que menos queria
Assim só fiquei a perder
O que eu já possuía
Não sei como me enganei
Mas confesso que agora
Por saber o quanto errei
A minha angústia piora
Se um dia por acaso
Tu me souberes perdoar
Ao meu coração darei azo
Para sempre te amar
PS. O meu escape foi escrever
E a prova aqui está
Eu jamais te vou esquecer
Mesmo que casasses já !
E se achas que é mentira
Tudo aquilo que escrevi
Então talvez eu prefira
Ficar a sofrer sem ti
"Amizades" do Liceu
A Mulher Morcego (15 Nov 1983)
Aquela baixa estatura
Que nela se pode ver
Não lhe tira formosura
Pois está tudo a condizer
Ela já tem vinte anos
Todos lhe chamam um figo
Mas quem lhe quiser causar danos
Terá de se haver comigo
A primeira vez que a vi
Eu fiquei desapontado
Agora que a conheci
Já me sinto deslumbrado
Quando vamos passear
Como quem passeia um filho
Só há piropos no ar
Pois é boa como o milho
Esta certa rapariga
Que agora eu conheço
É para mim muito amiga
E por isso não tem preço
À mulher Morcego e sua irmã
Vocês podem estar bem certas
Daquilo que aqui vos digo
Que, nas horas mais incertas,
As portas estão sempre abertas,
Podem pois contar comigo
Aquela baixa estatura
Que nela se pode ver
Não lhe tira formosura
Pois está tudo a condizer
Ela já tem vinte anos
Todos lhe chamam um figo
Mas quem lhe quiser causar danos
Terá de se haver comigo
A primeira vez que a vi
Eu fiquei desapontado
Agora que a conheci
Já me sinto deslumbrado
Quando vamos passear
Como quem passeia um filho
Só há piropos no ar
Pois é boa como o milho
Esta certa rapariga
Que agora eu conheço
É para mim muito amiga
E por isso não tem preço
À mulher Morcego e sua irmã
Vocês podem estar bem certas
Daquilo que aqui vos digo
Que, nas horas mais incertas,
As portas estão sempre abertas,
Podem pois contar comigo
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Dia da Mãe
Em resposta a um repto que me fizeram e inspirado pela mais bela virtude de uma mulher - ser mãe - deixo aqui umas quadras em honra do ser que tempera a vida de um homem em toda a sua dimensão - A MULHER. Tal como uma casa precisa de um toque feminino também a vida de um homem precisa senão seria cinzenta:
Por muito que o homem queira
E se esforce por tentar
Não tem virtude parceira
Ao que uma mãe tem p'ra dar
Nem a própria Natureza
Com sua força brutal
É rival para a grandeza
do amor que é maternal
Mãe , amante e amiga
Confidente , companheira
é aquilo que nos liga
e perdura a vida inteira
É aquela que nos ama
E que nos dá descendência
E por quem o mundo chama
Desde que tem consciência
Podem ser feias ou belas
De qualquer credo ou raça
A verdade é que sem elas
O mundo é algo sem graça
São a doce tentação
Que nos consome o juízo
pois se até, por EVA, Adão
prescindiu do paraíso
Por muito que o homem queira
E se esforce por tentar
Não tem virtude parceira
Ao que uma mãe tem p'ra dar
Nem a própria Natureza
Com sua força brutal
É rival para a grandeza
do amor que é maternal
Mãe , amante e amiga
Confidente , companheira
é aquilo que nos liga
e perdura a vida inteira
É aquela que nos ama
E que nos dá descendência
E por quem o mundo chama
Desde que tem consciência
Podem ser feias ou belas
De qualquer credo ou raça
A verdade é que sem elas
O mundo é algo sem graça
Que nos consome o juízo
pois se até, por EVA, Adão
prescindiu do paraíso
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Liceu Camões
Aqui estudei e cresci, vivendo um dos períodos mais agradáveis da minha vida, que me marcaram para sempre.
Neste Liceu eu andei
Vários anos a estudar
E muito do que hoje sei
O devo aquele lugar
Das matérias lá estudadas,
Dos bons tempos de lazer,
Do desporto às namoradas
Foi um tempo de crescer
Neste Liceu eu andei
Vários anos a estudar
E muito do que hoje sei
O devo aquele lugar
Das matérias lá estudadas,
Dos bons tempos de lazer,
Do desporto às namoradas
Foi um tempo de crescer
terça-feira, 17 de abril de 2012
Pátria
PORTUGAL,
Pátria amada à beira mar plantada
Lá vais envelhecendo pobre e despojada
Por quem vai tendo mandato p'ra te governar
Ao invés são eles que te querem despojar
Pelo simples e vil sentimento da ganância
Ocultando-te a verdade com arrogância
Depois de um passado de glória
Onde metade do mundo era nosso por tratado
Vivemos hoje de dinheiro emprestado
Numa triste passagem pela história
De mão estendida lá vamos continuando
Na tradição da nossa fé sempre almejando
Por um novo D. Sebastião tão desejado
que nos traga a fama e a glória do passado
Pátria amada à beira mar plantada
Lá vais envelhecendo pobre e despojada
Por quem vai tendo mandato p'ra te governar
Ao invés são eles que te querem despojar
Pelo simples e vil sentimento da ganância
Ocultando-te a verdade com arrogância
Depois de um passado de glória
Onde metade do mundo era nosso por tratado
Vivemos hoje de dinheiro emprestado
Numa triste passagem pela história
De mão estendida lá vamos continuando
Na tradição da nossa fé sempre almejando
Por um novo D. Sebastião tão desejado
que nos traga a fama e a glória do passado
sábado, 14 de abril de 2012
Agradecimento
Faltava aqui uma palavra de apreço ao meu amigo JR que me ajudou bastante na realização deste blog pois, se hoje existe, a ele o deve:
Devo-te um grande obrigado
Por aquilo que fizeste
Pois se deixo este legado
Foi pela ajuda que deste.
Um grande bem-haja para ti
Devo-te um grande obrigado
Por aquilo que fizeste
Pois se deixo este legado
Foi pela ajuda que deste.
Um grande bem-haja para ti
Provérbios
A minha mãe foi a pessoa que eu conheci que mais provérbios sabia de cor e muitos deles já são difíceis de encontrar. Assim deixo-lhe aqui uma homenagem a essa sabedoria popular que possuía. Alguns poderão não estar como o original mas era assim que ela mos dizia:
Lavar a cara a burros pretos perde-se o sabão e o tempo;
Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara;
Não se amam dois senhores ao mesmo tempo;
Candeia que vai à frente alumia duas vezes;
Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti;
Quem na praça o veste, na praça o despe;
Devagar se vai ao longe;
Quem canta seus males espanta;
Muita graças a Deus e poucas com Deus;
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura;
O hábito não faz o monge;
Pela boca morre o peixe;
Março, marçagão , de manhã inverno à tarde verão;
Abril águas mil , coadas por um funil;
Sol na eira e chuva no nabal;
Burro velho não aprende línguas;
Cada macaco no seu galho;
Não vale a pena chorar o leite derramado;
O cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia parte;
Para bom entendedor meia palavra basta;
A cavalo dado não se olha o dente;
A vida é como os alcatruzes da nora, enquanto uns sobem outros descem;
O verde é a esperança dos asnos;
Uma desgraça nunca vem só;
A culpa nunca morre solteira;
Viúva rica casada fica;
O bom filho à casa torna;
Quem vai à guerra dá e leva;
Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele;
A água lava tudo só não lava é as más linguas;
A sorte protege os audázes;
A vingança serve-se fria;
Quem não tem dinheiro não tem vícios;
Quando se tem uma mazela toda a gente bate nela;
A César o que é de César;
A noite é a melhor conselheira;
Quem muito se agacha tudo se lhe vê;
Guardado está o bocado pra quem o há-de comer;
Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita;
A roupa suja lava-se em casa;
Mentira tem perna curta;
A voz do povo é a voz de Deus;
A união faz a força;
Albarda-se o burro à vontade do dono;
Em casa de ferreiro espeto de pau;
Amor com amor se paga;
Tristezas não pagam dívidas;
Homem velho e mulher nova tem filhos até à cova;
No melhor pano cai a nódoa;
Quem tem telhados de vidro não atira pedras aos vizinhos;
Ao menino e ao borracho põe-lhes Deus a mão por baixo;
Cada qual é como cada um;
Deus dá o frio conforme a roupa;
Entre marido e mulher não metas a colher;
Quem semeia ventos colhe tempestades;
Boda molhada boda abençoada;
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos;
Mãos frias, coração quente;
A mulher e a sardinha quer-se da mais pequenina;
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje;
De médico e de louco todos temos um pouco;
De pequenino é que se torce o pepino;
Deus dá nozes a quem não tem dentes;
Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és;
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão;
Não há rosa sem espinhos;
Em tempo de guerra não se limpam armas;
Quem muito fala pouco acerta;
O saber não ocupa espaço;
Galinha que de galo canta, faca na garganta;
Mais vale só que mal acompanhado;
Não comer por ter comido, nunca a doença é de perigo;
Na terra onde fores viver, faz como vires fazer;
Não esperes por sapatos de defunto;
Não há pior cego que aquele que não quer ver;
Não há fumo sem fogo;
Vermelho ao mar, carrega os burrinhos e põe-te a andar;
Não metas a foice em seara alheia;
Não ponhas os ovos todos no mesmo cesto;
Quem faz um cesto faz um cento;
Nem tudo o que reluz é ouro;
Quem faz o que pode a mais não é obrigado;
A ocasião faz o ladrão;
Mais vale um gosto na vida que dez tostões no bolso;
Diz o roto ao nu , porque não te vestes tu ?;
Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão;
A ordem é rica e os padres são poucos;
Quanto mais alto se sobe , maior é a queda;
Quem brinca com o fogo, queima-se;
Quem muitos burros toca algum fica para trás;
Quem muito escolhe pouco acerta;
Quem cospe para o ar,o cuspo cai-lhe em cima;
Quem tem boca vai a Roma;
Quem procura sempre alcança;
Quem não arrisca não petisca;
Quem tem medo compra um cão;
Quem não chora não mama;
Quem vai ao mar perde o lugar;
Quem vai pro mar avia-se em terra;
Quem vive de promessas é Santo;
Burro com fome cardos come;
Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual;
Quem tudo quer tudo perde;
Um homem prevenido vale por dois;
Vale mais um pássaro na mão que dois a voar;
Olha p'ra ti que te entortas;
Quem o feio ama bonito lhe parece;
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte;
Lavar a cara a burros pretos perde-se o sabão e o tempo;
Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara;
Não se amam dois senhores ao mesmo tempo;
Candeia que vai à frente alumia duas vezes;
Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti;
Quem na praça o veste, na praça o despe;
Devagar se vai ao longe;
Quem canta seus males espanta;
Muita graças a Deus e poucas com Deus;
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura;
O hábito não faz o monge;
Pela boca morre o peixe;
Março, marçagão , de manhã inverno à tarde verão;
Abril águas mil , coadas por um funil;
Sol na eira e chuva no nabal;
Burro velho não aprende línguas;
Cada macaco no seu galho;
Não vale a pena chorar o leite derramado;
O cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia parte;
Para bom entendedor meia palavra basta;
A cavalo dado não se olha o dente;
A vida é como os alcatruzes da nora, enquanto uns sobem outros descem;
O verde é a esperança dos asnos;
Uma desgraça nunca vem só;
A culpa nunca morre solteira;
Viúva rica casada fica;
O bom filho à casa torna;
Quem vai à guerra dá e leva;
Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele;
A água lava tudo só não lava é as más linguas;
A sorte protege os audázes;
A vingança serve-se fria;
Quem não tem dinheiro não tem vícios;
Quando se tem uma mazela toda a gente bate nela;
A César o que é de César;
A noite é a melhor conselheira;
Quem muito se agacha tudo se lhe vê;
Guardado está o bocado pra quem o há-de comer;
Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita;
A roupa suja lava-se em casa;
Mentira tem perna curta;
A voz do povo é a voz de Deus;
A união faz a força;
Albarda-se o burro à vontade do dono;
Em casa de ferreiro espeto de pau;
Amor com amor se paga;
Tristezas não pagam dívidas;
Homem velho e mulher nova tem filhos até à cova;
No melhor pano cai a nódoa;
Quem tem telhados de vidro não atira pedras aos vizinhos;
Ao menino e ao borracho põe-lhes Deus a mão por baixo;
Cada qual é como cada um;
Deus dá o frio conforme a roupa;
Entre marido e mulher não metas a colher;
Quem semeia ventos colhe tempestades;
Boda molhada boda abençoada;
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos;
Mãos frias, coração quente;
A mulher e a sardinha quer-se da mais pequenina;
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje;
De médico e de louco todos temos um pouco;
De pequenino é que se torce o pepino;
Deus dá nozes a quem não tem dentes;
Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és;
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão;
Não há rosa sem espinhos;
Em tempo de guerra não se limpam armas;
Quem muito fala pouco acerta;
O saber não ocupa espaço;
Galinha que de galo canta, faca na garganta;
Mais vale só que mal acompanhado;
Não comer por ter comido, nunca a doença é de perigo;
Na terra onde fores viver, faz como vires fazer;
Não esperes por sapatos de defunto;
Não há pior cego que aquele que não quer ver;
Não há fumo sem fogo;
Vermelho ao mar, carrega os burrinhos e põe-te a andar;
Não metas a foice em seara alheia;
Não ponhas os ovos todos no mesmo cesto;
Quem faz um cesto faz um cento;
Nem tudo o que reluz é ouro;
Quem faz o que pode a mais não é obrigado;
A ocasião faz o ladrão;
Mais vale um gosto na vida que dez tostões no bolso;
Diz o roto ao nu , porque não te vestes tu ?;
Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão;
A ordem é rica e os padres são poucos;
Quanto mais alto se sobe , maior é a queda;
Quem brinca com o fogo, queima-se;
Quem muitos burros toca algum fica para trás;
Quem muito escolhe pouco acerta;
Quem cospe para o ar,o cuspo cai-lhe em cima;
Quem tem boca vai a Roma;
Quem procura sempre alcança;
Quem não arrisca não petisca;
Quem tem medo compra um cão;
Quem não chora não mama;
Quem vai ao mar perde o lugar;
Quem vai pro mar avia-se em terra;
Quem vive de promessas é Santo;
Burro com fome cardos come;
Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual;
Quem tudo quer tudo perde;
Um homem prevenido vale por dois;
Vale mais um pássaro na mão que dois a voar;
Olha p'ra ti que te entortas;
Quem o feio ama bonito lhe parece;
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte;
Com papas e bolos se enganam os tolos;
Mãos frias, coração quente, amor para sempre;
Não há amor como o primeiro;
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo;
Mais vale cair em graça, do que ser engraçado;
Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer;
Deus ajuda quem muito madruga;
Mais vale prevenir, que remediar;
Mais vale tarde do que nunca;
Mais vale um bom mandador que um bom trabalhador;
Não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu;
Quem muito fala pouco acerta;
Mulher doente, mulher para sempre;
Quando a esmola é demais o pobre desconfia;
Quando um burro fala os outros baixam as orelhas;
Quanto maior a nau, maior a tormenta;
Quanto mais depressa, mais devagar;
Tudo me abana nada me cai;
Quem cala, consente;
Quem com ferros mata, com ferros morre;
Quem diz a verdade não merece castigo;
Quem dá aos pobres, empresta a Deus;
Quem desdenha quer comprar;
Quem espera, desespera;
Quem mais jura, mais mente;
Quem o meu filho beija, a minha boca adoça;
Quem muito dorme pouco aprende;
Quem não deve, não teme;
Quem não se sente, não é filho de boa gente;
Quem quer, vai; quem não quer, manda;
Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos;
Quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes por ano;
Quem te avisa, teu amigo é;
Quem tem amigos, não morre na cadeia;
Quem tem filhos tem cadilhos;
Quem tem cu tem medo;
Quem tem medo fica em casa;
Sorte ao jogo azar aos amores;
Quem tem unhas é que toca viola;
Quem vê caras não vê corações;
Quem vive no convento é que sabe o que vai lá dentro;
Um homem atrapalhado, é pior do que uma mulher bêbeda;
Um mal nunca vem só;
Um olho no burro, outro no cigano;
O fruto proibido é o mais apetecido;
O futuro a Deus pertence;
Tens mais olhos que barriga;
O primeiro milho é dos pardais;
O prometido é devido;
O que não tem remédio, remediado está;
O segredo é a alma do negócio;
O seguro morreu de velho;
O seu a seu dono;
O sol quando nasce é para todos;
O último a rir é o que ri melhor;
Olhos que não vêm, coração que não sente;
Os amigos são para as ocasiões;
Os cães ladram mas a caravana passa;
Os homens não se medem aos palmos;
Outubro quente traz o diabo no ventre;
Filho és pai serás, como fizeres assim acharás;
Palavras ocas orelhas moucas;
Só se veja quem só se deseja;
Quando apontas o dedo a alguém apontas três para ti;
A verdade vem da boca dos inocentes;
Todo preto tem seu dia;
Filho de peixe sabe nadar;
Não há fome que não dê em fartura;
Fia-te na Virgem e não corras;
Pode parecer exagerado mas de facto ouvi todos estes provérbios da sua boca, várias vezes, enquanto Deus não me privou da sua saudosa companhia.
Mãos frias, coração quente, amor para sempre;
Não há amor como o primeiro;
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo;
Mais vale cair em graça, do que ser engraçado;
Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer;
Deus ajuda quem muito madruga;
Mais vale prevenir, que remediar;
Mais vale tarde do que nunca;
Mais vale um bom mandador que um bom trabalhador;
Não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu;
Quem muito fala pouco acerta;
Mulher doente, mulher para sempre;
Quando a esmola é demais o pobre desconfia;
Quando um burro fala os outros baixam as orelhas;
Quanto maior a nau, maior a tormenta;
Quanto mais depressa, mais devagar;
Tudo me abana nada me cai;
Quem cala, consente;
Quem com ferros mata, com ferros morre;
Quem diz a verdade não merece castigo;
Quem dá aos pobres, empresta a Deus;
Quem desdenha quer comprar;
Quem espera, desespera;
Quem mais jura, mais mente;
Quem o meu filho beija, a minha boca adoça;
Quem muito dorme pouco aprende;
Quem não deve, não teme;
Quem não se sente, não é filho de boa gente;
Quem quer, vai; quem não quer, manda;
Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos;
Quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes por ano;
Quem te avisa, teu amigo é;
Quem tem amigos, não morre na cadeia;
Quem tem filhos tem cadilhos;
Quem tem cu tem medo;
Quem tem medo fica em casa;
Sorte ao jogo azar aos amores;
Quem tem unhas é que toca viola;
Quem vê caras não vê corações;
Quem vive no convento é que sabe o que vai lá dentro;
Um homem atrapalhado, é pior do que uma mulher bêbeda;
Um mal nunca vem só;
Um olho no burro, outro no cigano;
O fruto proibido é o mais apetecido;
O futuro a Deus pertence;
Tens mais olhos que barriga;
O primeiro milho é dos pardais;
O prometido é devido;
O que não tem remédio, remediado está;
O segredo é a alma do negócio;
O seguro morreu de velho;
O seu a seu dono;
O sol quando nasce é para todos;
O último a rir é o que ri melhor;
Olhos que não vêm, coração que não sente;
Os amigos são para as ocasiões;
Os cães ladram mas a caravana passa;
Os homens não se medem aos palmos;
Outubro quente traz o diabo no ventre;
Filho és pai serás, como fizeres assim acharás;
Palavras ocas orelhas moucas;
Só se veja quem só se deseja;
Quando apontas o dedo a alguém apontas três para ti;
A verdade vem da boca dos inocentes;
Todo preto tem seu dia;
Filho de peixe sabe nadar;
Não há fome que não dê em fartura;
Fia-te na Virgem e não corras;
Pode parecer exagerado mas de facto ouvi todos estes provérbios da sua boca, várias vezes, enquanto Deus não me privou da sua saudosa companhia.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Cara metade
Nos anos de namoro...(ainda era ingénuo)
No início...
"o tira teimas" (15NOV1983)
Para que fiques bem certa
Podendo crer que não minto
Vou descrever nesta carta
Aquilo que por ti sinto
Sei que às vezes ficas mal
Com coisas que digo à toa
São tolices, afinal,
Por isso, meu bem, perdoa
Eu detesto suportar
A nossa separação
Pois quero contigo estar
Como a manteiga com o pão
A saudade na ausência
Chega por vezes a tal
Que quando estou na presença
Já julgo ser irreal
Sei como é habitual
A tendência p'ra esquecer
Mas só te lembras do mal
Esquecendo sempre o prazer
Isto por outras palavras
Quer simplesmente dizer
Que esquecendo algumas mágoas
Sobra bastante prazer
Depois de tudo o que disse
Que espero não seja em vão
Só queria que você visse
Que tal está a redacção ?
PS: Deves estar a questionar
A quadra que vem aqui
Mas vem só para frisar
O quanto eu gosto de ti: Se eu obrigado for
A não mais te ter comigo
Sentirei no prazer dor
E em viver um castigo
Um postal que fiz no dia dos namorados (14FEV1985):
Não foi um postal comprado
Nem tem sequer muita cor
Mas foi bem intencionado
Tal qual foi o nosso amor
Já passaram alguns anos
Mas cresceu solidamente
Que mesmo sofrendo danos
Ele lá vai todo contente
Pra mostrar a toda a gente
Que juntos continuamos!
E se ainda junto estamos
É porque acreditamos
Que nunca estaremos sós
Pois esse amor somos nós
Depois de uma paixoneta de Verão (6JUL1985)
Estive a pensar longamente
Ao som de belas canções
E vieram-me à mente
As seguintes conclusões:
Vi que era cobardia
O que tentava esconder
Pois aquilo que eu queria
Não o estava a fazer
Se eu antes não dormia
Por muito tempo pensar
Agora então não teria
Sossego em algum lugar
O que adianta ceder
A um arrebatamento
Se não se deixa arder
O fogo do sentimento
Com isto quero dizer
Que já tenho a solução
Eu nunca mais vou fazer
Erros de precipitação
Venho assim por este meio
Implorar-te o perdão
Pois já sei que no meu seio,
Ou seja, no meu coração,
Só há lugar para ti
Prós meus pais e meu irmão!
Numa crise conjugal (8NOV1999)
Num erro eu insisti
Numa teia eu me enredei
Porque fui cego e não vi
Que não sirvo a quem amei
Continua (23/DEZ/1999)
Com quem tu querias estar
Essa pessoa não sou
Por mais que queira tentar
O teu interesse acabou
Nunca na vida quis ser
Aquilo que eu não sou
Por isso não vais perder
Aquilo que já não te dou
A reconciliação
Da escuridão me tiraste
À vida tu me trouxeste
E comigo tu ficaste
E o teu amor me deste
Nada mais posso pedir
Já que tenho o teu amor
Mas quero retribuir
Amando-te com fervor
Todos três somos só um
E assim vamos ficar
Pois o que temos de bom
Nós devemos preservar
No início...
"o tira teimas" (15NOV1983)
Para que fiques bem certa
Podendo crer que não minto
Vou descrever nesta carta
Aquilo que por ti sinto
Sei que às vezes ficas mal
Com coisas que digo à toa
São tolices, afinal,
Por isso, meu bem, perdoa
Eu detesto suportar
A nossa separação
Pois quero contigo estar
Como a manteiga com o pão
A saudade na ausência
Chega por vezes a tal
Que quando estou na presença
Já julgo ser irreal
Sei como é habitual
A tendência p'ra esquecer
Mas só te lembras do mal
Esquecendo sempre o prazer
Isto por outras palavras
Quer simplesmente dizer
Que esquecendo algumas mágoas
Sobra bastante prazer
Depois de tudo o que disse
Que espero não seja em vão
Só queria que você visse
Que tal está a redacção ?
PS: Deves estar a questionar
A quadra que vem aqui
Mas vem só para frisar
O quanto eu gosto de ti: Se eu obrigado for
A não mais te ter comigo
Sentirei no prazer dor
E em viver um castigo
Um postal que fiz no dia dos namorados (14FEV1985):
Não foi um postal comprado
Nem tem sequer muita cor
Mas foi bem intencionado
Tal qual foi o nosso amor
Já passaram alguns anos
Mas cresceu solidamente
Que mesmo sofrendo danos
Ele lá vai todo contente
Pra mostrar a toda a gente
Que juntos continuamos!
E se ainda junto estamos
É porque acreditamos
Que nunca estaremos sós
Pois esse amor somos nós
Depois de uma paixoneta de Verão (6JUL1985)
Estive a pensar longamente
Ao som de belas canções
E vieram-me à mente
As seguintes conclusões:
Vi que era cobardia
O que tentava esconder
Pois aquilo que eu queria
Não o estava a fazer
Se eu antes não dormia
Por muito tempo pensar
Agora então não teria
Sossego em algum lugar
O que adianta ceder
A um arrebatamento
Se não se deixa arder
O fogo do sentimento
Com isto quero dizer
Que já tenho a solução
Eu nunca mais vou fazer
Erros de precipitação
Venho assim por este meio
Implorar-te o perdão
Pois já sei que no meu seio,
Ou seja, no meu coração,
Só há lugar para ti
Prós meus pais e meu irmão!
Numa crise conjugal (8NOV1999)
Num erro eu insisti
Numa teia eu me enredei
Porque fui cego e não vi
Que não sirvo a quem amei
Continua (23/DEZ/1999)
Com quem tu querias estar
Essa pessoa não sou
Por mais que queira tentar
O teu interesse acabou
Nunca na vida quis ser
Aquilo que eu não sou
Por isso não vais perder
Aquilo que já não te dou
A reconciliação
Da escuridão me tiraste
À vida tu me trouxeste
E comigo tu ficaste
E o teu amor me deste
Nada mais posso pedir
Já que tenho o teu amor
Mas quero retribuir
Amando-te com fervor
Todos três somos só um
E assim vamos ficar
Pois o que temos de bom
Nós devemos preservar
Vida militar
Quando eu fui militar
Aprendi a dar valor
Ao conforto do meu lar
Porto de abrigo e amor
Mas não me arrependo nada
da lá ter ido parar
Com a recruta acabada
Até gostei de lá estar
Disciplina e respeito
E o código de conduta
É isto que um homem feito
Vai aprender na recruta
Foi um tempo de aprender
Que há outras realidades
Pois ninguém lá quer saber
Quais são as nossas vontades
Aprendi a dar valor
Ao conforto do meu lar
Porto de abrigo e amor
Mas não me arrependo nada
da lá ter ido parar
Com a recruta acabada
Até gostei de lá estar
Disciplina e respeito
E o código de conduta
É isto que um homem feito
Vai aprender na recruta
Foi um tempo de aprender
Que há outras realidades
Pois ninguém lá quer saber
Quais são as nossas vontades
Mulher
Se uma mulher te diz "não"
Não penses que é o fim
Ela quer mais atenção
Pra que esse "não" seja "sim"
E não tentes entender
Pois é um caso perdido
Tens que aceitar e viver
Se queres ser um bom marido
A melhor maneira de propagar um boato...
Antes da Televisão
E da imprensa em geral
A mulher tinha a função
Que hoje tem o jornal
À mulher contar segredos
Não os querendo divulgados
É como tirar o papel
Aos presentes ofertados
Se queres espalhar a notícia
Num meio efeminado
Pede-lhes muito segredo
Do que vai ser divulgado
Cuscas ...
Pela boca morre o peixe
O gato p'la curiosidade
A mulher pelo ensejo
De saber a novidade
Não penses que é o fim
Ela quer mais atenção
Pra que esse "não" seja "sim"
E não tentes entender
Pois é um caso perdido
Tens que aceitar e viver
Se queres ser um bom marido
A melhor maneira de propagar um boato...
Antes da Televisão
E da imprensa em geral
A mulher tinha a função
Que hoje tem o jornal
À mulher contar segredos
Não os querendo divulgados
É como tirar o papel
Aos presentes ofertados
Se queres espalhar a notícia
Num meio efeminado
Pede-lhes muito segredo
Do que vai ser divulgado
Cuscas ...
Pela boca morre o peixe
O gato p'la curiosidade
A mulher pelo ensejo
De saber a novidade
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Vivências inter-pessoais
Ao MM:
Tu não inspiras ninguém
Mas lá tens o teu valor
Limpas a casa tão bem
Melhor que um aspirador
És uma fada do lar
E és quase um pai galinha
Na cozinha não tens par
Estás quase uma mulherzinha
Graçolas, tendencioso
Sportinguista confesso
És o mais faccioso
Dos amigos que conheço
à SL:
Ele há muito quem dê graxa
Eu conheço a dita cuja
É que ela engraxa sem caixa
A minha amiga sabuja
Tu não inspiras ninguém
Mas lá tens o teu valor
Limpas a casa tão bem
Melhor que um aspirador
És uma fada do lar
E és quase um pai galinha
Na cozinha não tens par
Estás quase uma mulherzinha
Graçolas, tendencioso
Sportinguista confesso
És o mais faccioso
Dos amigos que conheço
à SL:
Ele há muito quem dê graxa
Eu conheço a dita cuja
É que ela engraxa sem caixa
A minha amiga sabuja
Homenagem a António Aleixo
Para mim as melhores quadras:
Um pára-raios na igreja
Demonstra bem aos ateus
Que o padre recorre à ciência
Porque não tem fé em Deus
No tempo das bárbaras nações
Nas cruzes pendiam os ladrões
Agora no tempo das luzes
No peito dos ladrões pendem as cruzes
Esse sujeito é capaz
De nos fazer mil promessas
Mas faz-nos tudo às avessas
Das promessas que nos faz
Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.
Uma mosca sem valor
Poisa com a mesma alegria
Na careca de um Doutor
Como em qualquer porcaria
Riem d'outras com desdém
Certas damas bem vestidas
Quantas , para vestir bem,
Se despem às escondidas!
Foste beijar o menino,
Quando, afinal eu vi bem
Que beijaste o pequenino
Porque gostavas da mãe
Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba
Dura enquanto o povo dorme
Quando ele acordar, acaba!
Vim ao mundo sem saber
Que vinha a ser o que sou;
Agora morro sem querer
E sem saber para onde vou.
Quem me vê dirá: não presta,
Nem mesmo quando lhe fale,
Porque ninguém traz na testa
O selo de quanto vale.
Sou humilde, sou modesto;
Mas, entre gente ilustrada,
Talvez me digam que eu presto,
Porque não presto p’ra nada.
Alheio ao significado,
Diz o povo, e com razão,
Quando ouve um grande aldrabão:
-Dava um bom advogado.
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!
Um pára-raios na igreja
Demonstra bem aos ateus
Que o padre recorre à ciência
Porque não tem fé em Deus
No tempo das bárbaras nações
Nas cruzes pendiam os ladrões
Agora no tempo das luzes
No peito dos ladrões pendem as cruzes
Esse sujeito é capaz
De nos fazer mil promessas
Mas faz-nos tudo às avessas
Das promessas que nos faz
Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.
Uma mosca sem valor
Poisa com a mesma alegria
Na careca de um Doutor
Como em qualquer porcaria
Riem d'outras com desdém
Certas damas bem vestidas
Quantas , para vestir bem,
Se despem às escondidas!
Foste beijar o menino,
Quando, afinal eu vi bem
Que beijaste o pequenino
Porque gostavas da mãe
Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba
Dura enquanto o povo dorme
Quando ele acordar, acaba!
Vim ao mundo sem saber
Que vinha a ser o que sou;
Agora morro sem querer
E sem saber para onde vou.
Quem me vê dirá: não presta,
Nem mesmo quando lhe fale,
Porque ninguém traz na testa
O selo de quanto vale.
Sou humilde, sou modesto;
Mas, entre gente ilustrada,
Talvez me digam que eu presto,
Porque não presto p’ra nada.
Alheio ao significado,
Diz o povo, e com razão,
Quando ouve um grande aldrabão:
-Dava um bom advogado.
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!
Vivências familiares
À minha querida Mãe, exemplo de compaixão e amor pelo próximo, que abdicou de muita viagens e momentos de lazer por amor pelos seus filhos:
Mãe, palavra tão reduzida
e que nunca ninguém esquece
sabemos tarde na vida
que contém mais que uma prece
Ao meu Pai, exemplo de conduta, espírito de família e amizade, muitas vezes por quem não merecia. Eis o que ele me ensinou:
A tua felicidade
Só depende do que fores
Faz o bem com piedade
E respeita os teus valores!
Ao meu querido filho:
Há 17 anos atrás
Eu descobri um tesouro
Nasceu perfeito e rapaz
É alto e também é louro
Lindo, alto e sagaz
Um rapaz bem aprumado
Inteligente e capaz
Sou um pai abençoado
Ao meu irmão:
Sabem o gato e o rato
Foi quase sempre assim
Mas o que é bom de facto
É que ele está lá para mim
Tenho sempre a sensação
De que algo me protege
É porque tenho um irmão
E é assim que ele me elege
E já houve ocasião
Em que ele teve a noção
Que conta com o seu irmão
Sem data e intemporal:
Um anjo apareceu-me e disse
-Presta lá bem atenção,
não deixes fugir quem amas
por lhe dares pouca atenção!
-Se ela partir viverás
tal qual uma alma penada,
vaguearás pelo mundo
sem descanso nem morada
-Olha bem à tua volta
e terás uma certeza
tua mulher e teu filho
são tua maior riqueza
-Luta sempre por manter
a tua família unida
amando-se uns aos outros
até ao fim da vossa vida
Há 17 anos atrás
Eu descobri um tesouro
Nasceu perfeito e rapaz
É alto e também é louro
Lindo, alto e sagaz
Um rapaz bem aprumado
Inteligente e capaz
Sou um pai abençoado
Ao meu irmão:
Sabem o gato e o rato
Foi quase sempre assim
Mas o que é bom de facto
É que ele está lá para mim
Tenho sempre a sensação
De que algo me protege
É porque tenho um irmão
E é assim que ele me elege
E já houve ocasião
Em que ele teve a noção
Que conta com o seu irmão
Sem data e intemporal:
Um anjo apareceu-me e disse
-Presta lá bem atenção,
não deixes fugir quem amas
por lhe dares pouca atenção!
-Se ela partir viverás
tal qual uma alma penada,
vaguearás pelo mundo
sem descanso nem morada
-Olha bem à tua volta
e terás uma certeza
tua mulher e teu filho
são tua maior riqueza
-Luta sempre por manter
a tua família unida
amando-se uns aos outros
até ao fim da vossa vida
Reflexões contemporâneas
GLOBALIZAÇÃO
Em tempos que já lá vão
A verdade era escondida
Pela censura de então
Agora na nossa vida
A verdade é diluída
No excesso de informação.
CRISE DE VALORES
honestidade e respeito
já são coisas do passado
hoje o valor de um feito
está no ganho arrecadado
já são coisas do passado
hoje o valor de um feito
está no ganho arrecadado
Este mundo que conheço
Onde nasci e cresci
Está virado do avesso
Por quem só pensa em si
Prá escola não há dinheiro
Isto pra nós não é novo
O Futebol está primeiro
É hoje o ópio do povo
Na tradição militar
A velhice era um posto
Hoje é hóspede d'um lar
Em solidão e desgosto
Introdução
Na tradição de que um homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro decidi criar este blog em substituição da escrita de um livro. Assim vou compilar aqui um conjunto de pequenos poemas e algumas prosas, que tenho escrito mas que se estavam a perder nas brumas do tempo, para além de outras lembranças de leituras que me mereçam destaque e homenagens a pessoas que pela sua arte, carácter ou influência na minha educação me permitiram a realização desta obra.
A veia poética que me inspira teve origem no meu avô, continuou com o meu pai e perdura comigo mas sem qualquer pretensão, apenas para que possa recordar, no ocaso da minha vida.
Assim, desde já, aqui deixo um exemplo que se adequa a este intróito:
Sei que não sou um poeta
Nem tenho tal pretensão
apenas escrevo o que sinto
co' aquilo que tenho à mão
seja lápis ou caneta
esferográfica ou pincel
o que me vem à veneta
escrevo logo no papel
A veia poética que me inspira teve origem no meu avô, continuou com o meu pai e perdura comigo mas sem qualquer pretensão, apenas para que possa recordar, no ocaso da minha vida.
Assim, desde já, aqui deixo um exemplo que se adequa a este intróito:
Sei que não sou um poeta
Nem tenho tal pretensão
apenas escrevo o que sinto
co' aquilo que tenho à mão
seja lápis ou caneta
esferográfica ou pincel
o que me vem à veneta
escrevo logo no papel
Os meu versos são somente
Uma forma de gostar
E, como prova evidente
Foram feitos simplesmente
No intuito de agradar
Aqueles por quem se sente
Algo de particular
"Verba volant, scripta manent" (do latim: As palavras voam, os escritos permanecem. )
Partilho este sentimento
Registando o meu pensar
Palavras leva-as o vento
Mas a escrita vai ficar
Assumo ainda, nas minhas quadras, uma influência predominante do poeta António Aleixo que conseguia condensar numa pequena quadra uma imensidão de sentimentos, pensamentos e verdades de uma forma tão simples e acessível a qualquer mortal . Sendo uma pessoa humilde e pouco letrada tinha uma capacidade ímpar de espelhar, nos seus poemas, a natureza humana com todas a suas virtudes e defeitos.
Para além de uma merecida homenagem que lhe faço neste blog mais à frente, queria desde já deixar, nesta introdução, uma quadra que sempre me inspirou;
A arte em nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente
"Nascuntur poetae, fiunt oratores", (Os poetas nascem, os oradores fazem-se) e tu, António Aleixo, és a prova disso pois nasceste poeta, ninguém te fez poeta !
Subscrever:
Comentários (Atom)