quarta-feira, 25 de abril de 2012

Liceu Camões

Aqui estudei e cresci, vivendo um dos períodos mais agradáveis da minha vida, que me marcaram para sempre.

Neste Liceu eu andei
Vários anos a estudar
E muito do que hoje sei
O devo aquele lugar

Das matérias lá estudadas,
Dos bons tempos de lazer,
Do desporto às namoradas
Foi um tempo de crescer

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pátria

PORTUGAL,

Pátria amada à beira mar plantada
Lá vais envelhecendo pobre e despojada
Por quem vai tendo mandato p'ra te governar
Ao invés são eles que te querem despojar
Pelo simples e vil sentimento da ganância
Ocultando-te a verdade com arrogância

Depois de um passado de glória
Onde metade do mundo era nosso por tratado
Vivemos hoje de dinheiro emprestado
Numa triste passagem pela história

De mão estendida lá vamos continuando
Na tradição da nossa fé sempre almejando
Por um novo D. Sebastião tão desejado
que nos traga a fama e a glória do passado

sábado, 14 de abril de 2012

Agradecimento

Faltava aqui uma palavra de apreço ao meu amigo JR que me ajudou bastante na realização deste blog pois, se hoje existe, a ele o deve:

Devo-te um grande obrigado
Por aquilo que fizeste
Pois se deixo este legado
Foi pela ajuda que deste.


Um grande bem-haja para ti

Provérbios

A minha mãe foi a pessoa que eu conheci que mais provérbios sabia de cor e muitos deles já são difíceis de encontrar. Assim deixo-lhe aqui uma homenagem a essa sabedoria popular que possuía. Alguns poderão não estar como o original mas era assim que ela mos dizia:


Lavar a cara a burros pretos perde-se o sabão e o tempo;
Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara;
Não se amam dois senhores ao mesmo tempo;
Candeia que vai à frente alumia duas vezes;
Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti;
Quem na praça o veste, na praça o despe;
Devagar se vai ao longe;
Quem canta seus males espanta;
Muita graças a Deus e poucas com Deus;
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura;
O hábito não faz o monge;
Pela boca morre o peixe;
Março, marçagão , de manhã inverno à tarde verão;
Abril águas mil , coadas por um funil;
Sol na eira e chuva no nabal;
Burro velho não aprende línguas;
Cada macaco no seu galho;
Não vale a pena chorar o leite derramado;
O cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia parte;
Para bom entendedor meia palavra basta;
A cavalo dado não se olha o dente;
A vida é como os alcatruzes da nora, enquanto uns sobem outros descem;
O verde é a esperança dos asnos;
Uma desgraça nunca vem só;
A culpa nunca morre solteira;
Viúva rica casada fica;
O bom filho à casa torna;
Quem vai à guerra dá e leva;
Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele;
A água lava tudo só não lava é as más linguas;
A sorte protege os audázes;
A vingança serve-se fria;
Quem não tem dinheiro não tem vícios;
Quando se tem uma mazela toda a gente bate nela;
A César o que é de César;
A noite é a melhor conselheira;
Quem muito se agacha tudo se lhe vê;
Guardado está o bocado pra quem o há-de comer;
Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita;
A roupa suja lava-se em casa;
Mentira tem perna curta;
A voz do povo é a voz de Deus;
A união faz a força;
Albarda-se o burro à vontade do dono;
Em casa de ferreiro espeto de pau;
Amor com amor se paga;
Tristezas não pagam dívidas;
Homem velho e mulher nova tem filhos até à cova;
No melhor pano cai a nódoa;
Quem tem telhados de vidro não atira pedras aos vizinhos;
Ao menino e ao borracho põe-lhes Deus a mão por baixo;
Cada qual é como cada um;
Deus dá o frio conforme a roupa;
Entre marido e mulher não metas a colher;
Quem semeia ventos colhe tempestades;
Boda molhada boda abençoada;
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos;
Mãos frias, coração quente;
A mulher e a sardinha quer-se da mais pequenina;
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje;
De médico e de louco todos temos um pouco;
De pequenino é que se torce o pepino;
Deus dá nozes a quem não tem dentes;
Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és;
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão;
Não há rosa sem espinhos;
Em tempo de guerra não se limpam armas;
Quem muito fala pouco acerta;
O saber não ocupa espaço;
Galinha que de galo canta, faca na garganta;
Mais vale só que mal acompanhado;
Não comer por ter comido, nunca a doença é de perigo;
Na terra onde fores viver, faz como vires fazer;
Não esperes por sapatos de defunto;
Não há pior cego que aquele que não quer ver;
Não há fumo sem fogo;
Vermelho ao mar, carrega os burrinhos e põe-te a andar;
Não metas a foice em seara alheia;
Não ponhas os ovos todos no mesmo cesto;
Quem faz um cesto faz um cento;
Nem tudo o que reluz é ouro;
Quem faz o que pode a mais não é obrigado;
A ocasião faz o ladrão;
Mais vale um gosto na vida que dez tostões no bolso;
Diz o roto ao nu , porque não te vestes tu ?;
Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão;
A ordem é rica e os padres são poucos;
Quanto mais alto se sobe , maior é a queda;
Quem brinca com o fogo, queima-se;
Quem muitos burros toca algum fica para trás;
Quem muito escolhe pouco acerta;
Quem cospe para o ar,o cuspo cai-lhe em cima;
Quem tem boca vai a Roma;
Quem procura sempre alcança;
Quem não arrisca não petisca;
Quem tem medo compra um cão;
Quem não chora não mama;
Quem vai ao mar perde o lugar;
Quem vai pro mar avia-se em terra;
Quem vive de promessas é Santo;
Burro com fome cardos come;
Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual;
Quem tudo quer tudo perde;
Um homem prevenido vale por dois;
Vale mais um pássaro na mão que dois a voar;
Olha p'ra ti que te entortas;
Quem o feio ama bonito lhe parece;
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte;
Com papas e bolos se enganam os tolos;
Mãos frias, coração quente, amor para sempre;
Não há amor como o primeiro;
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo;
Mais vale cair em graça, do que ser engraçado;
Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer;
Deus ajuda quem muito madruga;
Mais vale prevenir, que remediar;
Mais vale tarde do que nunca;
Mais vale um bom mandador que um bom trabalhador;
Não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu;
Quem muito fala pouco acerta;
Mulher doente, mulher para sempre;
Quando a esmola é demais o pobre desconfia;
Quando um burro fala os outros baixam as orelhas;
Quanto maior a nau, maior a tormenta;
Quanto mais depressa, mais devagar;
Tudo me abana nada me cai;
Quem cala, consente;
Quem com ferros mata, com ferros morre;
Quem diz a verdade não merece castigo;
Quem dá aos pobres, empresta a Deus;
Quem desdenha quer comprar;
Quem espera, desespera;
Quem mais jura, mais mente;
Quem o meu filho beija, a minha boca adoça;
Quem muito dorme pouco aprende;
Quem não deve, não teme;
Quem não se sente, não é filho de boa gente;
Quem quer, vai; quem não quer, manda;
Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos;
Quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes por ano;
Quem te avisa, teu amigo é;
Quem tem amigos, não morre na cadeia;
Quem tem filhos tem cadilhos;
Quem tem cu tem medo;
Quem tem medo fica em casa;
Sorte ao jogo azar aos amores;
Quem tem unhas é que toca viola;
Quem vê caras não vê corações;
Quem vive no convento é que sabe o que vai lá dentro;
Um homem atrapalhado, é pior do que uma mulher bêbeda;
Um mal nunca vem só;
Um olho no burro, outro no cigano;
O fruto proibido é o mais apetecido;
O futuro a Deus pertence;
Tens mais olhos que barriga;
O primeiro milho é dos pardais;
O prometido é devido;
O que não tem remédio, remediado está;
O segredo é a alma do negócio;
O seguro morreu de velho;
O seu a seu dono;
O sol quando nasce é para todos;
O último a rir é o que ri melhor;
Olhos que não vêm, coração que não sente;
Os amigos são para as ocasiões;
Os cães ladram mas a caravana passa;
Os homens não se medem aos palmos;
Outubro quente traz o diabo no ventre;
Filho és pai serás, como fizeres assim acharás;
Palavras ocas orelhas moucas;
Só se veja quem só se deseja;
Quando apontas o dedo a alguém apontas três para ti;
A verdade vem da boca dos inocentes;
Todo preto tem seu dia;
Filho de peixe sabe nadar;
Não há fome que não dê em fartura;
Fia-te na Virgem e não corras;


Pode parecer exagerado mas de facto ouvi todos estes provérbios da sua boca, várias vezes, enquanto Deus não me privou da sua saudosa companhia.





sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cara metade

Nos anos de namoro...(ainda era ingénuo)

No início...

"o tira teimas" (15NOV1983)

Para que fiques bem certa
Podendo crer que não minto
Vou descrever nesta carta
Aquilo que por ti sinto


Sei que às vezes ficas mal
Com coisas que digo à toa
São tolices, afinal,
Por isso, meu bem, perdoa

Eu detesto suportar 
A nossa separação
Pois quero contigo estar
Como a manteiga com o pão


A saudade na ausência
Chega por vezes a tal
Que quando estou na presença
Já julgo ser irreal


Sei como é habitual

A tendência p'ra esquecer
Mas só te lembras do mal
Esquecendo sempre o prazer



Isto por outras palavras
Quer simplesmente dizer
Que esquecendo algumas mágoas
Sobra bastante prazer


Depois de tudo o que disse
Que espero não seja em vão
Só queria que você visse
Que tal está a redacção ?


PS: Deves estar a questionar
      A quadra que vem aqui
      Mas vem só para frisar
      O quanto eu gosto de ti:  Se eu obrigado for
                                             A não mais te ter comigo
                                             Sentirei no prazer dor
                                             E em viver um castigo

   
 


Um postal que fiz no dia dos namorados (14FEV1985):

Não foi um postal comprado
Nem tem sequer muita cor
Mas foi bem intencionado
Tal qual foi o nosso amor


Já passaram alguns anos
Mas cresceu solidamente
Que mesmo sofrendo danos
Ele lá vai todo contente
Pra mostrar a toda a gente
Que juntos continuamos!


E se ainda junto estamos
É porque acreditamos
Que nunca estaremos sós
Pois esse amor somos nós



Depois de uma paixoneta de Verão (6JUL1985)

Estive a pensar longamente
Ao som de belas canções
E vieram-me à mente
As seguintes conclusões:


Vi que era cobardia
O que tentava esconder
Pois aquilo que eu queria
Não o estava a fazer


Se eu antes não dormia
Por muito tempo pensar
Agora então não teria
Sossego em algum lugar


O que adianta ceder
A um arrebatamento
Se não se deixa arder
O fogo do sentimento


Com isto quero dizer
Que já tenho a solução
Eu nunca mais vou fazer
Erros de precipitação


Venho assim por este meio
Implorar-te o perdão
Pois já sei que no meu seio,
Ou seja, no meu coração,
Só há lugar para ti
Prós meus pais e meu irmão!



Numa crise conjugal  (8NOV1999)


Num erro eu insisti
Numa teia eu me enredei
Porque fui cego e não vi
Que não sirvo a quem amei

Continua (23/DEZ/1999)

Com quem tu querias estar
Essa pessoa não sou
Por mais que queira tentar
O teu interesse acabou


Nunca na vida quis ser
Aquilo que eu não sou
Por isso não vais perder
Aquilo que já não te dou


A reconciliação

Da escuridão me tiraste
À vida tu me trouxeste
E comigo tu ficaste
E o teu amor me deste


Nada mais posso pedir
Já que tenho o teu amor
Mas quero retribuir
Amando-te com fervor


Todos três somos só um
E assim vamos ficar
Pois o que temos de bom
Nós devemos preservar




Vida militar

Quando eu fui militar
Aprendi a dar valor
Ao conforto do meu lar
Porto de abrigo e amor

Mas não me arrependo nada
da lá ter ido parar
Com a recruta acabada
Até gostei de lá estar

Disciplina e respeito
E o código de conduta
É isto que um homem feito
Vai aprender na recruta

Foi um tempo de aprender
Que há outras realidades
Pois ninguém lá quer saber
Quais são as nossas vontades

Mulher

Se uma mulher te diz "não"
Não penses que é o fim
Ela quer mais atenção
Pra que esse "não" seja "sim"


E não tentes entender
Pois é um caso perdido
Tens que aceitar e viver
Se queres ser um bom marido


A melhor maneira de propagar um boato...

Antes da Televisão
E da imprensa em geral
A mulher tinha a função 
Que hoje tem o jornal


À mulher contar segredos
Não os querendo divulgados
É como tirar o papel
Aos presentes ofertados


Se queres espalhar a notícia
Num meio efeminado
Pede-lhes muito segredo
Do que vai ser divulgado


Cuscas ...


Pela boca morre o peixe
O gato p'la curiosidade
A mulher pelo ensejo
De saber a novidade

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Vivências inter-pessoais

Ao MM:

Tu não inspiras ninguém
Mas lá tens o teu valor
Limpas a casa tão bem
Melhor que um aspirador

És uma fada do lar
E és quase um pai galinha
Na cozinha não tens par
Estás quase uma mulherzinha

Graçolas, tendencioso
Sportinguista confesso
És o mais faccioso
Dos amigos que conheço

à SL:

Ele há muito quem dê graxa
Eu conheço a dita cuja
É que ela engraxa sem caixa
A minha amiga sabuja

Homenagem a António Aleixo

Para mim as melhores quadras:

Um pára-raios na igreja
Demonstra bem aos ateus
Que o padre recorre à ciência
Porque não tem fé em Deus


No tempo das bárbaras nações
Nas cruzes pendiam os ladrões
Agora no tempo das luzes
No peito dos ladrões pendem as cruzes


Esse sujeito é capaz
De nos fazer mil promessas
Mas faz-nos tudo às avessas
Das promessas que nos faz


Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes. 


Uma mosca sem valor
Poisa com a mesma alegria
Na careca de um Doutor
Como em qualquer porcaria


Riem d'outras com desdém
Certas damas bem vestidas
Quantas , para vestir bem,
Se despem às escondidas!


Foste beijar o menino,
Quando, afinal eu vi bem
Que beijaste o pequenino
Porque gostavas da mãe



Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba
Dura enquanto o povo dorme
Quando ele acordar, acaba!

Vim ao mundo sem saber
Que vinha a ser o que sou;
Agora morro sem querer
E sem saber para onde vou.


Quem me vê dirá: não presta,
Nem mesmo quando lhe fale,
Porque ninguém traz na testa
O selo de quanto vale.

Sou humilde, sou modesto;
Mas, entre gente ilustrada,
Talvez me digam que eu presto,
Porque não presto p’ra nada.

Alheio ao significado,
Diz o povo, e com razão,
Quando ouve um grande aldrabão:
-Dava um bom advogado.


Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!


P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.



Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias


Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!

Vivências familiares



À minha querida Mãe, exemplo de compaixão e amor pelo próximo, que abdicou de muita viagens e momentos de lazer por amor pelos seus filhos:

Mãe, palavra tão reduzida
e que nunca ninguém esquece
sabemos tarde na vida
que contém mais que uma prece


Ao meu Pai, exemplo de conduta, espírito de família e amizade, muitas vezes por quem não merecia. Eis o que ele me ensinou:


A tua felicidade
Só depende do que fores
Faz o bem com piedade
E respeita os teus valores!


Ao meu querido filho:

Há 17 anos atrás
Eu descobri um tesouro
Nasceu perfeito e rapaz
É alto e também é louro


Lindo, alto e sagaz
Um rapaz bem aprumado
Inteligente e capaz
Sou um pai abençoado

Ao meu irmão:


Sabem o gato e o rato
Foi quase sempre assim
Mas o que é bom de facto
É que ele está lá para mim


Tenho sempre a sensação
De que algo me protege
É porque tenho um irmão
E é assim que ele me elege


E já houve ocasião
Em que ele teve a noção
Que conta com o seu irmão

Sem data e intemporal:

Um anjo apareceu-me  e disse
-Presta lá bem atenção,
 não deixes fugir quem amas
 por lhe dares pouca atenção!


-Se ela partir viverás
 tal qual uma alma penada,
 vaguearás pelo mundo
 sem descanso nem morada


-Olha bem à tua volta
 e terás uma certeza
 tua mulher e teu filho
 são tua maior riqueza


-Luta sempre por manter
 a tua família unida
amando-se uns aos outros
até ao fim da vossa vida

Reflexões contemporâneas


GLOBALIZAÇÃO


Em tempos que já lá vão
A verdade era escondida
Pela censura de então
Agora na nossa vida
A verdade é diluída
No excesso de informação.


CRISE DE VALORES


honestidade e respeito
já são coisas do passado
hoje o valor de um feito
está no ganho arrecadado


Este mundo que conheço
Onde nasci e cresci
Está virado do avesso
Por quem só pensa em si


Prá escola não há dinheiro
Isto pra nós não é novo
O Futebol está primeiro
É hoje o ópio do povo


Na tradição militar
A velhice era um posto
Hoje é hóspede d'um lar
Em solidão e desgosto

Introdução

Na tradição de que um homem deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro decidi criar este blog em substituição da escrita de um livro. Assim vou compilar aqui um conjunto de pequenos poemas e algumas prosas, que tenho escrito mas que se estavam a perder nas brumas do tempo, para além de outras lembranças de leituras que me mereçam destaque e homenagens a pessoas que pela sua arte, carácter ou influência na minha educação me permitiram a realização desta obra.

A veia poética que me inspira teve origem no meu avô, continuou com o meu pai e perdura comigo mas sem qualquer pretensão, apenas para que possa recordar, no ocaso da minha vida.

Assim, desde já, aqui deixo um exemplo que se adequa a este intróito:

Sei que não sou um poeta
Nem tenho tal pretensão
apenas escrevo o que sinto
co' aquilo que tenho à mão

seja lápis ou caneta
esferográfica ou pincel
o que me vem à veneta
escrevo logo no papel

Os meu versos são somente
Uma forma de gostar
E, como prova evidente
Foram feitos simplesmente
No intuito de agradar
Aqueles por quem se sente
Algo de particular


"Verba volant, scripta manent" (do latim: As palavras voam, os escritos permanecem. )

Partilho este sentimento
Registando o meu pensar
Palavras leva-as o vento
Mas a escrita vai ficar


Assumo ainda, nas minhas quadras,  uma influência predominante do poeta António Aleixo que conseguia condensar numa pequena quadra uma imensidão de sentimentos, pensamentos e verdades de uma forma tão simples e acessível a qualquer mortal . Sendo uma pessoa humilde e pouco letrada tinha uma capacidade ímpar de espelhar, nos seus poemas, a natureza humana com todas a suas virtudes e defeitos.

Para além de uma merecida homenagem que lhe faço neste blog mais à frente, queria desde já deixar, nesta introdução, uma quadra que sempre me inspirou;

A arte em nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente 



"Nascuntur poetae, fiunt oratores", (Os poetas nascem, os oradores fazem-se)  e tu, António Aleixo, és a prova disso pois nasceste poeta, ninguém te fez poeta !